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Perguntas que o DBA deveria responder sobre sua carreira

Perguntas que o DBA deveria responder sobre sua carreira

O que é um DBA?

O DBA (Database Administrator) ou administrador de banco de dados na tradução literal, é o profissional responsável por gerenciar, instalar, configurar, atualizar e monitorar o banco de dados de uma ou mais empresas.

Dentro da profissão do DBA existem suas segmentações tanto em ferramentas como os tipos de carreira que um DBA pode seguir, por exemplo:

DBA Infraestrutura

É o segmento com maior número de DBAs, também chamado apenas de DBA. É o DBA que cuida do ambiente como um todo, desde sistema operacional e rede do servidor, backup e o banco de dados em si. Esse DBA pode ser focado em ambientes OLTP (a maioria dos DBAs começam nesse tipo de ambiente) e OLAP (muitos desenvolvedores PL/SQL acabam virando um DBA OLAP devido o maior contato com o código que é usado no banco de dados e suas rotinas de ETL).

DBA Desenvolvimento vs Desenvolvedor PL/SQL

Vejo alguns DBAs com preconceito com esse tipo de DBA por ele ser alguém mais voltado à programação do que o banco de dados em si. Esse tipo de DBA deve possuir bom conhecimento em programação, instalação, configuração e administração além do conhecimento primordial em modelagem de dados.

Os DBAs de Infraestrutura costumam falar que esse tipo de DBA é um desenvolvedor PL/SQL disfarçado, mas na minha visão ele é sim um DBA, pois têm conhecimentos de administração, instalação e configuração, algo que o desenvolver PL/SQL não tem devido estar sempre focado na programação.

DBA ATG

É o DBA de Infraestrutura e ao mesmo tempo o Sysadmin do E-Businnes Suite ou Oracle Applications, é um DBA diferente dos demais devido estar envolvido com a camada de Middleware. O André possui um artigo bem interessante sobre o DBA ATG.

Por que eu quero ser um DBA?

Essa é uma pergunta que todo ingressante nesse nicho de TI ou profissional que já está na área deve se perguntar. Por que eu quero ser um DBA? Vou ser sincero contigo, o DBA trabalha bastante, vira noites sem dormir, precisa estudar sempre, está constantemente sobre pressão e muitas vezes ninguém escuta o que ele fala.

Gosto de dizer que a profissão do DBA é ingrata, ingrata pois se o DBA é muito acionado fora o horário habitual de trabalho (horário comercial) isso significa que ele não está fazendo o seu trabalho direito, o banco não está parametrizado corretamente ou ele não está sabendo identificar a causa raiz e mostrar que problema não é no banco de dados e sim na aplicação, rede, storage, etc. Entretanto, se ninguém liga para ele, ele é esquecido porque seu trabalho é proativo, evita que problemas possam ocorrer e quando ele evita que muitos problemas não aconteçam a empresa começa a não ver razão de manter um profissional com um salário alto com “baixa produtividade”. Ou seja, se não trabalhar bem você fica com uma imagem ruim, se você trabalhar bem corre o risco de te esquecerem e de quererem te demitir.

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Fonte: http://cdn.memegenerator.es/imagenes/memes/full/0/52/529342.jpg

Qual a formação necessária para ser um DBA?

Antigamente, 15 anos atrás mais ou menos, ser DBA era algo complicado. A internet para o end user no Brasil ganhava forças e por conta disso não tínhamos a mesma quantidade de oportunidades de aprendizado que temos hoje, tanto aprendizagem autodidata, como cursos profissionais voltados para banco de dados.

O nicho de banco de dados era fechado e as informações também eram difíceis de serem obtidas (documentação, troca de experiências, etc). Hoje tornar-se um DBA ficou mais fácil, temos graduações voltadas apenas para banco de dados (tecnólogos) e não mais o curso padrão de sistemas de informação ou ciência da computação (bacharel) como antigamente. Temos centros de treinamento como Ka Solution, Green, Nerv Informática, Sr. Nimbus, etc. que possibilitam cursos de uma tecnologia ou skill específica. Além, é claro, do famoso sabe tudo, Google! As documentações oficiais dos produtos (Oracle, SQL Server, DB2, etc) estão cada vez mais didáticas e acessíveis, a documentação do Oracle Database está totalmente disponível em suas versões aqui não há motivos para não aprender.

Muitos questionam se o profissional de TI precisa de uma graduação, pós-graduação, MBA, etc para tornar-se DBA e a resposta é NÃO! Com a documentação do produto totalmente disponível assim como teorias e fundamentos disponíveis na internet não há razão para uma graduação. A graduação é feita apenas por formalidade, ter ou não o diploma pesa quando o RH de uma empresa diz que o candidato precisa estar graduado para poder concorrer a uma vaga específica (algo padrão nas vagas atuais). Esse é um erro enorme por parte das empresas, a área de TI não é como a área de administração, medicina ou direito onde apenas pessoas formadas tem uma base de conhecimento em determinado assunto. Se o profissional é autodidata e tem como provar que sabe aquilo que está falando, ele não precisa de um diploma de uma instituição que conteste isso. Sabemos que hoje ter uma graduação não faz de você um profissional diferenciado, é um requisito básico e que, infelizmente, quem não a possui é visto como desqualificado pelo mercado de trabalho. Parto do seguinte princípio: Você tem o diploma de “super ultra puxa” da instituição X que diz que você sabe Oracle? Legal, parabéns! Isso mostra que você procurou uma instituição confiável e renomada para obter seu conhecimento, mas estou com um banco parado aqui, não sei o que acontece, consegue me ajudar? Se o DBA começar a gaguejar ou a soar, pode rasgar o diploma dele porque ele é marqueteiro! Infelizmente, no nosso país principalmente, criamos a ideologia que o diploma, o título, é importante e não o conhecimento em si. O que acontece por conta desse péssimo meio de pensamento? Surgem várias Uniesquinas/Unilixos por aí oferecendo cursos com preços baixos e qualidade péssima formando profissionais horríveis. A pessoa deixa cair o RG dentro da faculdade e está automaticamente matriculado no curso, se forma com umas seis dependências, recebe nota dos “professores” e consegue o tão sonhado diploma que todas falavam ser necessário para arranjar um emprego.  O problema é que esse profissional prejudica o mercado, a empresa e os profissionais que trabalham com ele. Você pode dizer: “Ah, mas esse cara é marqueteiro, ele vai acabar se enforcando logo, logo. A seleção natural vai cuidar dele.” Acredite, da pra enrolar uma empresa por um bom, bom tempo! E até a empresa perceber que ele é marqueteiro ele pode ferrar com muitos profissionais ao seu redor. Se você conhece algum profissional que fala que sabe, mas não faz, promete e não cumpre, fale para o seu gestor mandá-lo embora. Sim, MANDÁ-LO EMBORA!

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Fonte: http://noticias.universia.com.br/br/images/imagenes%20enlaces/d/de/dem/demissao-bonecos-texelart.jpg

Sem choro nem dó, esse “profissional” está prejudicando você e os demais DBAs. Prejudica em aceitar salários mais baixos pois sabe que as vagas que exigem o conhecimento de verdade pagam bem e que para conseguir a vaga ele precisa aceitar trabalhar ganhando menos, prejudica porque ele vai em uma reunião e fala abobrinha e acaba norteando o projeto para um caminho errado que vai impactar no seu trabalho como DBA, prejudica porque ele usa brain dump para passar em provas de certificações, etc, etc, etc. Posso dar vários motivos para dizer que esse cara deve ser mandado embora o quanto antes e ele está SIM prejudicando você.

Qual o meu nível de conhecimento?

Essa questão precisa ser feita do DBA para si mesmo. Qual o meu nível de conhecimento? E o DBA precisa ser muito, muito sincero. Ele pode mentir para os outros dizendo que é pleno, sênior e até especialista em determinada tecnologia, mas ele não pode mentir para si mesmo. No mercado foram adotados quatro níveis de conhecimento: Júnior, Pleno, Sênior e Especialista/Consultor.  Vamos destrinchar cada um deles:

Júnior

O profissional júnior, como o próprio nome já diz, é o profissional que está iniciando a carreira, possui pouco ou nenhuma experiência. E experiência não está atrelada necessariamente ao anos/meses de carreira. Existe um post do Portilho sobre as responsabilidades dos níveis de DBA Júnior, Pleno e Sênior e vou apenas copiar e colar, pois eu concordo com cada palavra que ele diz nesse post.

  • Instalação (mas não Upgrade).
  • Criação de Bancos de Dados.
  • Verificação e alteração de parâmetros.
  • Execução de scripts.
  • Manutenção de usuários e permissões.
  • Manutenção de objetos (Tabelas, Índices, etc.).
  • Manutenção de espaço.
  • Execução de Backup físico e lógico (mas não Restore).
  • Transporte de objetos entre servidores.
  • Verificação de disponibilidade.
  • Início de verificação de problemas (Troubleshooting).
  • Início de análise de desempenho (Tuning).”

Pleno

O Pleno é o profissional que já possui experiência e conhecimento, mas ainda não aplicou todo o conhecimento que possui. Ele pode não ter feito a adição de um nó no RAC, mas tem noção de como fazer ou onde procurar a documentação para isso. Tem conhecimento de vários assuntos relacionado ao database como alta disponibilidade, tuning, backup e recovery, etc.

Apesar de ter conhecimento e até experiência naquele assunto ele não tem a mesma qualidade e produtividade que um sênior teria se a atividade fosse executada pelo sênior. Pode precisar de tempo para estudar e testar o que lhe é pedido, mas ele irá conseguir, mesmo tomando erros e falhando em suas tentativas.

Sênior

Possui o mesmo conhecimento que o pleno, mas uma vivência muito maior que irá contribuir muito para seu dia a dia seja mais produtivo e suas entregas tenham uma qualidade maior. O DBA Sênior geralmente é visto como ponto focal em um ambiente com vários DBAs plenos e júniors, auxiliando sempre que necessário. É também o responsável pela palavra final, quando existe um impasse (se devem ou não usar Huge Pages no ambiente, por exemplo) ele decidirá se é viável ou não.

Especialista/Consultor

O especialista é um DBA Sênior que dominou todas as áreas fundamentais do database, backup e recovery, tuning, troubleshooting e alta disponibilidade e acabou se aprofundando muito em um determinado assunto como tuning onde ele consegue identificar aonde o ambiente precisa ser melhorado pontualmente sem ter que se preocupar com as rotinas diárias de um DBA que estaria ali para o on going focando apenas no trabalho do tuning em si. Geralmente esse profissional é contratado para fazer uma consultoria pontual ou atender um on going de um ambiente muito crítico e sensível.

Existe um famoso discurso: “Eu sou DBA Sênior, estou trabalhando com Oracle faz 10 anos.” Ah, é mesmo? Quantos restores você fez? Aplicações de patches? Quantos RACs você instalou? E melhoria de performance? Migrações? Meu amigo, ficar 10 anos fazendo resize de tablespace, executando script, matando sessão não faz de ninguém sênior, você é apenas um júnior faz 10 anos, só não admitiu para você mesmo. O Luti possui um vídeo interessante sobre isso.

Devo agregar funções?

O papel do DBA, como já supracitado, é gerenciar, instalar, configurar, atualizar e monitorar o banco de dados. Porém, sempre existe uma demanda que não é do DBA e ele acaba sendo responsabilizado por isso, cuidar do sistema operacional, batchs, script shell, etc. Alguns DBAs são contra, outros são a favor desse tipo de atividade. Eu sou a favor desde que a atividade na camada auxiliar (algo que não é diretamente ligada ao banco de dados) tenha impacto no database. Por exemplo, o script de backup deve ser feito pelo DBA e seguir as recomendações do DBA, assim como o sistema operacional do servidor de banco de dados deve seguir recomendações do DBA e, se possível, administrado por ele.

Devo tirar certificações?

Chegamos a um assunto polemico. Certificação é realmente necessário para ser DBA? Um bom DBA tem certificação? Novamente, é um assunto que não tem consenso, alguns DBAs são a favor e outros são contra. Na minha visão não há razão para tirar certificação se não houver demanda exigindo um determinado conhecimento. Certificação não prova conhecimento, sabe por quê? Por conta do Brain Dump. O Brain Dump é nada mais que a prova com suas respostas, o DBA marqueteiro decora as perguntas e suas respostas e pronto, tem sua certificação e sai por ai falando que sabe a determinada tecnologia sendo que na verdade ele sabe 300 perguntas e respostas de um determinado assunto, apenas. A meu ver todas as provas de certificação deveriam ser práticas, deveriam montar um laboratório (máquina virtual) e a prova seria: instale, configure e me devolva pronto ou restaure o banco de dados, instale o RAC/Data Guard, etc.. Ai sim teríamos uma certificação que comprovasse que o profissional tem o conhecimento que ele diz. Fora isso, não vejo necessidade de uma certificação. Você pensa em mudar de emprego? Conseguir um emprego na área de banco de dados? Uma promoção? Então vá atrás da certificação. Diria que a OCP, atualmente 11g e 12c, são as certificações básicas para o DBA. Eu tenho a OCA do 11g, mas não estou preocupado em tirar a OCP 11g ou OCP 12c, estou preocupado com os meus conhecimentos, se eles estão no mesmo nível do que é cobrado nas provas e se estou atendendo a demanda do meu ambiente que sou contratado para administrar. Algo interessante de se analisar é o que aconteceu com a certificação da metodologia ITIL. Hoje, todas as empresas “usam” o ITIL e pedem a certificação, pelo menos a nível Fundation, mas o DBA precisa mesmo dessa certificação? Não, não precisa. Ele precisa entender como os processos funcionam, o que é um incidente, uma change, etc. Porém, não precisa saber o ITIL Fundation de cor e salteado. O que aconteceu? Todo mundo começou a buscar a certificação do ITIL Fundation, seja um gestor ou profissional técnico, o brain dump apareceu e todo mundo virou certificado em ITIL, até a Dona Neide que serve o café tirou.

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O preço da certificação subiu (lei da oferta e da procura) e quem realmente precisava ser certificado (área de governança) acabou prejudicado pelo alto preço da prova devido a pouca valorização para quem é certificado E REALMENTE SABE O ITIL DE VERDADE. ITIL virou algo obrigatório, mas de pouco valor. Se você justificar ao seu entrevistador o porquê de um salário X usando a certificação ITIL v3, sinto lhe dizer, mas vão rir da sua cara.

O DBA precisa de um segundo idioma?

Não, o DBA não precisa ser fluente em inglês, espanhol ou qualquer outro idioma, mas ele deve saber ler e escrever em inglês ao ponto de conseguir entender a documentação e o que o Oracle está dizendo para ele. Se o DBA for fluente em inglês ele pode conseguir experiências internacionais o que eu recomendo veemente a qualquer DBA fluente em inglês. Trabalhar com outras culturas e vivenciar ambientes fora do padrão brasileiro é muito interessante e contribui muito para a carreira do DBA.

Tipos de contratação (CLT X PJ) e salário?

Nível

Salário Praticado

Salário Correto

Júnior

R$1500,00 – R$4000,00

R$3000,00 – R$ 4000,00

Pleno

R$4000,00 – R$6500,00

R$5000,00 – R$7500,00

Sênior

R$7500,00 – R$10.000,00

R$9000,00 – R$12.000,00

Especialista/Consultor

R$10.000,00 – R$15.000,00

R$15.000,00 – *

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A interpretação da tabela é a seguinte:

Salário Praticado é o salário que as empresas pagam e que geralmente negociam. Um DBA Sênior pode ganhar R$8000,00 ou R$10.000,00 depende da empresa e o quão sênior ele é. A coluna salário correto é o quanto o DBA Sênior deveria ganhar, pela sua importante e exigência da vaga, no caso entre R$9000,00 e R$12.000,00. Porém, ocorrem coisas esdrúxulas como empresas oferecendo vagas de DBA Sênior com salário de R$5000,00… Acontece MUITO! Recuse esse tipo de vaga mesmo se o salário for maior que o seu, isso faz com que os outros DBAs acabem sendo pagos com a média salarial menor devido profissionais se venderem por pouco. Saiba valorizar a si mesmo, as noites que você perdeu trabalhando, os finais de semanas e feriados que passou estudando valem apenas isso? Tem certeza?

Esses valores são valores baseados em contratação CLT até o nível Sênior, geralmente especialistas/consultores são contratados no modelo PJ.

Esses valores foram tirados de salários que vejo praticado no mercado e vagas que foram oferecidas a mim e outros DBAs que tenho contato, além dos próprios salários dos DBA que conversei, todos eles trabalhando aqui na cidade de São Paulo.

E o que vale mais a pena, o PJ ou o CLT? Vamos ao comparativo:

 

CLT Full

PJ

Salário bruto

R$  10.000,00

R$     10.000,00

Alimentação *

-R$        246,00

-R$           585,20

Transporte **

-R$        167,20

-R$           167,20

Contador ***

Não possui

-R$           420,00

Convênio médico

Isento

-R$           250,00

Seguro de vida ****

-R$             4,20

-R$           150,00

INSS

-R$        513,01

Opcional

IR

-R$     1.739,56

-R$           600,00

Salário líquido

R$     7.727,43

R$   8.427,60

Férias

Possui

Não há

13°

Possui

Não há

Dissídio

Possui

Não há

* O calculo para alimentação no CLT foi feito da seguinte forma: A empresa da qual eu trabalhava descontava R$46,00 do salário e fornecia R$16,60 por dia conforme manda o Sindpd, porém como a gente sabe que ninguém come com R$16,60 em lugares como Berrini, Av. Paulista, Vila Olímpia, etc. adicionei mais R$10,00 por dia de gasto, ou seja R$46,00 + (R$10,00 * 22 dias úteis do mês) = R$266,00. Já no PJ o calculo foi usado R$26,60 * 22 dias úteis. Existem lugares que é possível comer com menos de R$26,60 ou levar comida de casa, porém levei em consideração uma refeição com prato principal, bebida e sobremesa.

** Assumi um ônibus de ida e outro de volta para o cálculo com base no transporte de São Paulo, (R$3,80 * 2) * 22 dias úteis.

*** O valor do contador varia para baixo e para cima, coloquei o valor como metade de um salário mínimo R$880,00 / 2.

**** O seguro de vida é opcional no CLT e também no PJ, mas o PJ possui um grande problema por não selecionar um seguro de vida que mencionarei abaixo. Na minha ex empresa era cobrado R$4,20 por mês para seguro de invalidez ou morte com o valor prêmio de 50 salários em invalidez ou 100 salários em caso de morte para os familiares. Coloquei o valor de R$150,00 como um valor médio no PJ, pois existem N fatores que alteram esse valor para uma pessoa como idade, sexo, local onde mora, etc.

Ok, você viu que o PJ é quem ganha mais que o CLT no valor líquido, mas existe algo que os números não dizem.

O CLT é melhor que o PJ nessa comparação, veja só:

– Fator 1

A contratação PJ é ilegal. Sim, ela acontece, isso é fato, mas ela é ilegal.

– Fator 2

O PJ não possui 13° nem férias, ou seja, quer ir viajar? Aproveitar a família com mais tempo? Vai ficar sem receber 30 dias de salário, para isso você precisa ter dinheiro guardado. Sim, algumas empresas negociam as férias, mas com a grande maioria não tem choro nem salário.

– Fator 3

Você trabalha como PJ, ou seja, ganha por hora. Se você não trabalha então não recebe, certo? Se você sofrer um acidente e ficar impossibilitado de trabalhar, temporariamente. Como você ganha dinheiro? Pode parecer besteira pensar nisso, mas acontece. Quebre a mão para você ver como é horrível digitar, pegue uma gripe e fique de cama por 5 dias, (dengue ou H1N1, as doenças da moda de agora). E ai? Quem paga suas contas? A empresa não está nem ai, é cada macaco no seu galho. É por isso que o seguro de vida deve ser obrigatório no PJ, se acontecesse algo contigo o seguro pagaria o que o INSS pagaria para o CLT. Você pode optar por correr o risco, é um direito seu, mas pense bem, ninguém é o Super Man.

Fonte:http://m.memegen.com/b1gqoz.jpg

– Fator 4

Não existe dissídio, o seu salário como PJ é sempre o mesmo, seja a inflação em 10% ou 3%, os preços sobem e o seu salário fica estagnado. Existem empresas que fornecem o dissídio para o PJ também, mas não são todas.

Entende o porquê do CTL ser melhor que o PJ nesse caso? Entretanto, se você sobe o salário, o PJ passa a ser melhor. Um CLT com R$15.000,00 perde para um PJ com R$15.000,00 pois o desconto do IR é muito grande e a liquidez acaba sendo baixa e perdendo muito dinheiro a longo prazo.

E as horas extras?

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HE é sempre uma briga. Tem empresa que não paga, tem empresa que paga de pouquinho em pouquinho, tem empresa que fala pra você tirar em dias de folga. Depende da empresa, mas em geral as empresas tem um sério problema com isso. “DBA, tem aplicação de patch no final de semana, beleza?” Claro, já provaram minhas HE? “É, então, deixa para aplicar o patch no mês que vem…”

Já ouvi falar de DBA que tinha 1000 horas de HE para receber, isso mesmo 1000 horas. E um outro 700… Situação complicada ☹

Aonde eu quero chegar?

Hoje você é pleno em Oracle e júnior em SQL Server? O que você quer ser amanhã? Sênior em Oracle e Pleno em SQL Server? Quer aprender DB2 ou MySQL? Você precisa fazer essa pergunta constantemente, a resposta muda conforme o tempo passa e por isso ela deve ser feita constantemente. Agora quero aprender Data Guard, agora vou montar um RAC com Data Guard, agora vou entender como funciona o comando MERGE, agora vou aprender as diferenças entre SQL Server e o Oracle, agora… E por ai vai. O DBA que não faz essa pergunta a si mesmo constantemente parou no tempo, não está estudando ou acompanhando a versão mais atual do Oracle. Essa pergunta não vale só para o Oracle, vale para a carreira: Quero aprender outro idioma e trabalhar em uma empresa internacional como DBA, quero fazer uma pós-graduação e dar aulas em universidades, sou um DBA pleno e quero me tornar um especialista. Não há limites para isso, quanto maior a quantidade de vezes que você responder essa pergunta com uma resposta diferente, maior será o seu crescimento.

Devo ter uma carreira paralela ou fazer meu do hobby um segundo emprego?

Sim!!Sim para as duas perguntas. Você não é obrigado a responder sim as duas perguntas, mas se você responder sim é um ponto a mais para você. O que você gosta de fazer além de trabalhar com Oracle? Isso é, se você trabalha com Oracle você deve gostar de banco de dados porque a pressão não é para qualquer um e não tem dinheiro que pague o seu sossego. Vejo muitos DBAs tornando-se professores universitários ou instrutores em centro de treinamentos após o expediente como DBA. Acho isso muito legal, além de compartilhar o conhecimento a pessoa faz aquilo que é o que da mais prazer a ela. Mas Gabriel, eu não quero ser professor, não gosto de dar aula. Ok, ok, não estou dizendo que todo mundo deve ser professor. Uma pergunta: O que você gosta de fazer? O que você faz no seu sábado a noite ou qual a primeira coisa que você faz quando tem um tempo livre? Gosta de jogar vídeo game? Assistir algum esporte na TV? Gosta de ver filmes ou séries? Cozinhar? Ler sobre economia? Sair para comer em algum lugar? Existem N possibilidades que você pode fazer, todos os hobbies podem gerar receita, todos! Sabia que existem pessoas que são pagas para jogar vídeo game em campeonatos? Gosta de assistir os jogos? Que tal ser comentarista ou fazer parte de um grupo de torcedores, ir ao evento do esporte? Já pensou em ser crítico de filmes ou até mesmo fazer o seu próprio filme e até atuar nele? Talvez abrir seu próprio restaurante, montar um clube de culinária e juntar os amigos para aprontar na cozinha? Já pensou em fazer algum investimento ao invés de só acompanhar o mercado financeiro? Ser crítico de restaurante é uma profissão também, acredite se quiser.

O que quero dizer é que a carreira paralela é muito bem vinda e deve ser levada em consideração sempre que possível. Ninguém aguenta ficar de plantão para atender área de archive cheia às 04h00 do sábado com 53 anos, chega uma hora que cansa né?

Quais os principais erros do DBA?

O primeiro erro que vejo os DBAs cometerem é criar paixão por um SGDB específico. “Oracle é melhor que SQL Server, minha mãe que disse!”

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É melhor mesmo? Abre um gráfico das sessões que estão consumindo I/O, tem como? “Tenho o EM Express/ Cloud Control…” Claro, paga as packs adicionais que você pode usar os gráficos, bonitão! No SQL Server já vai grátis. Não existe melhor nem pior banco de dados, o melhor é aquele que paga o seu salário e que atende a demanda do cliente para determinado projeto/on going.

Outro grande problema é a questão comportamental. Temos alguns tipos de DBA como o DBA fantasma que some sempre depois do expediente, não atende o telefone, vive fazendo home office porque “teve um problema pessoais”. O DBA negativo, tudo para ele será um problema, se o cliente quer adicionar um novo storage para o banco de dados ele diz que isso não é bom, se o cliente reclama de lentidão ele diz que todo mundo quer colocar a culpa no banco de dados, se vai ter change ele diz que vai dar errado simplismente porque vai dar errado devido seus conhecimentos e experiência, mas quando pedem alguma documentação dizendo que da errado mesmo ele não responde o e-mail. O DBA sabe tudo sobre nada, é aquele cara que responde sim para todas as suas perguntas: Sabe RAC? Sabe Golden Gate? Sabe Oracle 7? Sabe DB2? Tudo ele responde que sim, que já mexeu em algum lugar, em alguma empresa, mas a verdade é que ele não sabe de nada ou fala o que escutou outros DBAs falando. Tem o DBA bombeiro também, mas esse eu tenho mais é dó, vive apagando incêndio, principalmente quando a empresa escuta mais o gestor do que o profissional técnico sobre problemas técnicos.

Fugir de perguntas ou problemas: Tem DBA que quando você diz: “DBA, tem um usuário reclamando de lentidão no sistema ou que não consegue se conectar no banco de dados, você pode dar uma olhada?” Em menos de um minuto ele diz que está tudo ok apenas porque seu tnsping funcionou, diz que o problema não é no banco de dados e que está ocupado vendo alguma coisa que precisa ser entregue no final da tarde sendo que ele está no G1 vendo notícias.

Pior ainda é o profissional de TI, não apenas o DBA, que não sabe dizer não ou não sei.

Os professionais da nossa área tem um medo enorme de dizer não para o chefe achando que serão demitidos ou dizer “Não sei a resposta para a sua pergunta.” Tem medo de ouvir alguém dizer: “Não sabe DBA? Como assim? Você não é sênior?!” Ser sênior ou especialista não significa que você é engenheiro do produto, você não desenvolveu o Oracle, não sabe como o CBO funciona realmente, apenas a própria Oracle e o time de desenvolvimento do produto. Saiba dizer não ou não sei, assuma suas limitações. Todos nós somos humanos, ninguém é perfeito, DBA também erra. É a famosa frase: “Errar é humano, persistir no erro é burrice.”

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Aposentadoria

Bom, você não acha mesmo que vai morrer usando o sqlplus né? Não porque a Oracle vai substitui-lo, mas você vai ser substituído antes. É, isso mesmo o que você leu, você não vai ser DBA para sempre. Você pode até tentar, mas quando chegar na casa dos 50 e o telefone do plantão tocar às 02h37 e você precisar ficar em uma conferência por 20 horas vai perceber facilmente que não tem mais 20 anos de idade, o seu corpo vai dizer isso para você. Acredite, o mercado é preconceituoso. Você pode ter 1, 10, 20, ou 30 anos de casa, as pessoas começam a comentar o quanto você está mais gordo, magro, se teve filhos e, principalmente, que está ficando velho. “Olha o Carlos, viu que está com vários fios de cabelo branco?!” Você pode não perceber, mas sua esposa com certeza viu as novas rugas e a barriga de chop que você ganhou nos últimos anos. A área técnica tem suas limitações, você possuindo vários anos de experiência e/ou bastante tempo de casa acaba tornando-se uma mão de obra cara. O DBA Sênior com 20 anos de experiência é, teoricamente, mais caro que o DBA Sênior com 7 anos de experiência. Por que manter o de 20 anos pagando 15k se posso contratar o de 7 por 8,5k? Redução de custos, amigão. E quando você tenta se recolocar no mercado o RH lê o seu currículo e diz: “Nossa, 46 anos e ainda tentando a área técnica? Nunca quis ser gerente ou coordenador?” Ao meu ver não há nenhum problema em querer focar somente na carreira técnica, mas infelizmente o mercado não pensa dessa forma. O mercado vê a migração da carreira técnica para a de gestão como algo natural e que se ela não ocorre isso significa que o profissional parou no tempo, se acomodou ou não buscou por novos desafios, principalmente se o seu currículo não mostra nenhuma atualização nos últimos 2 anos, seja um curso de idioma, uma pós-graduação, troca de emprego, etc. E aí vem a pergunta:

Como você se vê na sua aposentadoria?

Acredite, você não vai receber os seus 10k de salário que recebe hoje na aposentadoria, por N fatores. O fator previdenciário, a expectativa de vida dos brasileiros ter crescido e, como consequência, o tempo para se aposentar também, etc, etc, etc. Você precisa pensar na sua aposentadoria agora, para não ter que pensar nela aos 45 do segundo tempo.

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Pense em investimentos financeiros como ações, previdência privada, fundos DI, imóveis, ouro, tesouro direto, abrir uma empresa, comprar uma franquia, qualquer coisa que faça o dinheiro trabalhar para você porque se você não fazer, o dinheiro fará você trabalhar por ele.

Bom, espero ter contribuído para você e sua carreira, até logo!

Gabriel Comenale

Gabriel Comenale

Gabriel Comenale, formado em banco de dados pela FIAP possui 6 anos de experiência na área de técnologia trabalhando com ambientes de pequeno, médio e grande porte nas plataformas Linux e Windows de segmentos variados de clientes como Odebrecht, Livraria Cultura, AES Eletropaulo, Renner, Sindicato dos Comerciários, Tigre – Tubos e Conexões, Unimed Seguros, Fidelity Investments, Alelo entre outros. Possui as certificações OCA 11g e ITIL V3 além de já ter estudado no Canadá e ministrado treinamentos em banco de dados Oracle. Atualmente trabalha como DBA Oracle na TIVIT.

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