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Estágios de inicialização de uma instância do Oracle: NOMOUNT, MOUNT e OPEN

Um pouco sobre os estágios de inicialização de uma instância do Oracle

Olá,

Neste artigo, farei uma explanação sobre os estágios envolvidos na abertura de um banco de dados Oracle. São eles NOMOUNT, MOUNT e OPEN. O que realmente cada um destes estágios realiza?

Apenas para relembrar, uma instância Oracle consiste na estrutura de memória SGA (System Global Area) e nos processos de segundo plano como SMON, PMON, DBWn, LGWR, CKPT, entre outros usados para gerenciar o banco dados. A instância só pode abrir e usar um banco de dados por vez. Em resumo, um servidor Oracle consiste em uma instância Oracle (estruturas de memória e processos) e um banco de dados Oracle (arquivos físicos).

NOMOUNT

Este estágio inicializa a instância sem montar o banco de dados. Isso significa que todas as estruturas de memória e os processos de segundo plano estão posicionados, mas ainda sem ter um banco de dados associado a essa instância. É através deste estágio que é possível criar um banco de dados Oracle. Portanto, uma instância só deverá ser iniciada no estágio NOMOUNT durante a criação do banco de dados ou na recriação de arquivos de controle (control files). Em resumo, a inicialização de uma instância Oracle inclui as seguintes tarefas:

  1. Leitura do arquivo de inicialização SPFILE_SID.ora ou SPFILE.ora ou init.ora, exatamente nesta ordem porque, por padrão, à partir do Oracle 9i, primeiro ele tenta abrir o spfile_sid.ora, se o arquivo não for encontrado ele tentará abrir o spfile.ora, se o mesmo não for encontrado ele tentará ler o arquivo init.ora. Se o Oracle não encontrar nenhum arquivo de inicialização ou se o DBA não fornecer um valor explícito para PFILE, a inicialização falhará. A especificação do parâmetro PFILE com STARTUP sobrepõe o comportamento default.
  2. Alocação da SGA.
  3. Inicialização dos processos de segundo plano.
  4. Abertura do arquivo de alerta (ALERT_SID.ora) e dos arquivos de rastreamento.

Observe que nem os arquivos de controle nem os arquivos de dados e redo log on-line estão abertos neste estágio.

MOUNT

Após a instância já ter sido inicializada pelo estágio anterior, então é realizada a leitura do arquivo de controle de modo a “associar” o banco de dados à instância já inicializada anteriormente. A opção “startup mount” é muito útil em situações onde é necessário executar algumas operações específicas de manutenção como renomeação de arquivos de dados, ativação e desativação de opções de arquivamento de redo log (ARCHIVELOG) e operações de recuperação do banco de dados. É importante salientar que se a instância já estiver inicializada “startup nomount”, mas o banco não estiver montado, então será necessário utilizar o comando “alter database mount”. Resumindo, montar o banco de dados inclui as tarefas a seguir:

  1. Associação do banco de dados a uma instância iniciada anteriormente.
  2. Localização e abertura dos arquivos de controle (control files) especificados no arquivo de inicialização.
  3. Leitura dos arquivos de controle para obtenção dos nomes e status dos arquivos de dados (data files) e arquivos de redo log on-line (log files).

É importante salientar que neste estágio não é verificada a existência dos arquivos de dados e arquivos de redo log on-line, mas se os arquivos de controle não forem localizados conforme a localização especificada no parâmetro CONTROL_FILES no arquivo de inicialização, então um erro será retornado, o banco de dados não será montado e a instância permanecerá no estado NOMOUNT. Se o DBA utilizar a opção “startup mount” para inicializar o Oracle e quiser abrir o banco de dados, então será necessário utilizar o comando “alter database open”.

OPEN

Neste terceiro e último estágio, o banco de dados é disponibilizado para acesso dos usuários. A operação normal de um banco de dados significa que uma instância é iniciada e o banco de dados é montado e aberto. Portanto, qualquer usuário válido pode conectar ao banco de dados e executar operações comuns de acesso a dados. Durante esse estágio final, o servidor Oracle verifica se é possível abrir todos os arquivos de dados e arquivos de redo log on-line, além de verificar a consistência do banco de dados onde neste caso, o processo de segundo plano SMON (System Monitor) iniciará a recuperação da instância se necessário. Resumindo, a abertura do banco de dados inclui as seguintes tarefas:

  1. Abertura dos arquivos de dados (data files).
  2. Abertura dos arquivos de redo log on-line (log files).
  3. Chama o processo SMON se necessário para a recuperação da instância em caso de uma falha de instância ocorrida enquanto o banco de dados estava aberto e em operação anteriormente.

É importante salientar que, se algum arquivo de dados ou arquivo de redo log on-line não estiver presente, então o banco de dados não abrirá, permanecendo no estado MOUNT e o servidor Oracle retornará um erro.

Ativação (startup)

SQL> startup

Instância ORACLE iniciada.

Total System Global Area  188743680 bytes
Fixed Size                  1286460 bytes
Variable Size              88084164 bytes
Database Buffers           96468992 bytes
Redo Buffers                2904064 bytes

Banco de dados montado.
Banco de dados aberto.
estágios de inicialização de uma instância do Oracle

Desativação (shutdown)

SQL> shutdown

Banco de dados fechado.
Banco de dados desmontado.

Instância ORACLE desativada.
http://1.bp.blogspot.com/-vI521WLJL-4/Uk73x_HEFsI/AAAAAAAAND4/YPP3ztZ9Mf4/s1600/shutdown.png

Eduardo Legatti

Eduardo Legatti

Eduardo Legatti é Analista de Sistemas e Administrador de banco de dados. É pós graduado em Gerência da Tecnologia da Informação, possui as certificações OCA 9i - OCP 9i/10g/11g – OCE SQL Expert, e vem trabalhando como DBA Oracle desde a versão 8.0.5. Se interessa particularmente em planejar estratégias de backup/recovery, performance tuning e projetos de bancos de dados (modelagem física e lógica) atuando como consultor. Como Oracle ACE, ele tem o hábito de disseminar seu conhecimento através de artigos, grupos de discussão (Oracle OTN Forums) e dedica-se a compartilhar informações de forma a motivar novos DBAs.

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